Jorge Maia

PARQUE DO LADÁRIO

CINFÃES

A primeira visita ao local impressionou-me. A morfologia acentuada, a vegetação, o trilho em calçada romana, a plataforma com vistas sobre o Douro, mas principalmente a sensação de um microclima muito especial, verdadeiro abrigo natural. Para além das condições naturais, existia apenas um pequeno conjunto de mesas e bancos para merendas em mau estado de conservação. A proposta de valorização do Parque do Ladário em Cinfães baseou-se numa intervenção cirúrgica segundo o conceito de “instalação”. Procurou-se equipar todo o Parque com um conjunto de trilhos pedonais e de mobiliário de suporte à estadia, evitando a intrusão de equipamento pesado. Utilizando a madeira de pinho como elemento preponderante nos percursos pedonais, nas áreas de estadia e no mobiliário de suporte, procurou-se que a instalação ocupasse as áreas de morfologia mais suave, libertando de ocupação os espaços mais erosionáveis. Atendendo à quantidade de água que percorre esta encosta, procedeu-se à estabilização das linhas de drenagem natural com pedra solta e à construção de uma represa de água a jusante, próximo do tanque existente. Ao nível da vegetação, procurou-se colmatar o bosque, tirando partido da mata existente de bétula e sicómoro.