Jorge Maia

CASA DE OLIVEIRA DE SÃO MATEUS

FAMALICÃO

Por norma, o gesto de arquitetura funciona como primeiro impulso para o projeto do jardim. Na casa de Oliveira de S. Mateus, o projeto de arquitetura foi decisivo para o desenho dos espaços exteriores. Recordo uma frase da autora do projeto que sintetiza, de forma clara, a imagem da casa: “trata-se de uma mescla de arquitetura modernista com desenho contemporâneo”. O desenho do jardim procurou seguir esse princípio, aliando influências de Burle Marx com experimentalismos mais recentes. A casa integra-se, de forma natural, no espaço envolvente, através dos pátios e da cobertura ajardinada que protege o alpendre. O desenho orgânico presente na casa replica-se no jardim. Os percursos serpenteiam o terreno e abraçam a casa. As texturas de pavimentos definem a hierarquia dos percursos. A pré-existência de um bosque com belos exemplares de eucalipto representou um fator determinante na imagem pretendida para o jardim. Assim, na área de chegada à casa, procurou-se imprimir o caráter de jardim ornamental, associando os carvalhos existentes aos maciços de azálea e rododendro. Na área de eucaliptal procurou-se conjugar os altos fustes com o jardim de gramíneas, associando o eucalipto com a festuca e o miscanto.